20.6.08

do amor

Quando gostamos muito de algo (ou até de alguém), pode parecer impossível falar dessa coisa, ao mesmo tempo em que é impossível não falar dela. Então sai algo um quê desajeitado e quase que "injustificável" mesmo. Porque do amor que sentimos pela coisa, ao mesmo tempo em que queremos revelá-la aos outros, é tanto o nosso amor que parece impossível que os outros já não a compreendam.

Se alguém me perguntar de "coisas importantes" (que é como eu chamo estas profundamente amadas), é provável que, para não "derreter", eu tenha que simplificar tamanho o amor, até caber em uma explicação como a explicação que existe para todas as coisas que existem. Então pode ser também que eu tente desamar um pouco, para não ter que passar pelo constrangimento dessa simplificação; e as explicações ganham uma espécie de objetividade que vem, no fim, dessa "queda de vida" (a vida que vai embora quando se desama, ainda que "funcionalmente").

"Maturidade" é quando começamos a conseguir falar do que amamos como se fosse algo objetivo sem desamar. Maturidade é plenitude. E vou aprendendo para ensinar...

(do caderninho, 11 de março de 2008).

Um comentário:

Dionisio disse...

Vou guardar este texto!
Fantástico!
Parabéns!
Dionísio