15.8.18

o lugar da percepção na análise arquitetônica

Edifício Copan (Oscar Niemeyer): croqui da fachada sul e fotos de um dos pilares da base.  

Foi percorrendo o Copan (especialmente a fachada sul, a menos visível da rua), com meu corpo, olhos e lápis, que descobri que a arquitetura pode desenhar o céu. Junto disso, descobri que uma obra de arquitetura, apesar de estar sempre ali, pousada, inerte, em um lugar determinado, pode também acontecer em movimento: a cada passo, o que era curvo pode se tranformar em reta (ou quem se movimenta e se transforma de curvo em reto é o céu emoldurado?)

Dentro do Copan, então sob um céu de concreto (nunca aparente, notei), um filhote do que estava lá fora: uma laje desenha esse céu interno. Agora, é só mexer um pouco a cabeça, que esse céu desenhado já se movimenta e se transforma (as duas fotos são de um mesmo pilar visto de baixo para cima).

Descobrir isso (que o arquiteto certamente já sabia e queria nos contar ao fazer) foi uma das coisas que me deixaram mais feliz ao estudar o Copan.

Um comentário:

Carolina disse...

Post que estava perdido nos rascunhos há uns 5 anos... no momento, tento desenvolver esse tema da percepção (arquitetural?) em um dos capítulos da Tese.