1.6.08

determinações do arquiteto


-um epílogo para o tfg-

O objeto de estudo do arquiteto é a cidade, base para todo o restante. O arquiteto pensa, desenha, sonha a cidade.
Independente do arquiteto, a cidade acontece, existe. Seu crescimento e o projeto operam em lógicas distintas.
A lógica do existente é o agora, despreza as relações, o que existiu, o que existe, as condições de existência; enfim, a própria lógica.
O arquiteto não defende o passado estático, múmia. Assistir, no entanto, à velocidade com que se passa a borracha no existente, um produto material construído por muitos, é assustador. Ainda mais quando se apaga injustificadamente uma construção, uma história, com outra, como muito se faz.
Isso confunde.
Perdemos referências a todo o momento; somos desorientados, enquadrados pela “lógica”, pelo existente que daqui a bem pouco não existirá.
Justifica-se o epílogo “dramatizado”: as fileiras de trilhos que tomam o Pari na foto de 2002, no começo de 2004 não estavam mais lá. Tanto trilhos como vagões foram removidos para fundição. Uma das pontas do terreno servia ao descarregamento de batatas. Em dezembro, em vez de batata, um estacionamento para automóveis. Uma semana depois, a construção de um muro ao longo da linha férrea já estava quase no final, tapando o trem, dividindo, obstruindo o espaço.

O projeto urge. E comunicá-lo também.
Se as coisas parecem muito maiores que nós, precisamos nos reunir.

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